Fim do Zero Rating: Operadoras reformulam planos de dados e cobram big techs

As operadoras de telefonia no Brasil estão passando por uma grande mudança em seus planos de dados, com o fim das ofertas de acesso ilimitado a redes sociais e aplicativos. A prática conhecida como “Classificação zero” está com os dias contados, após denúncias feitas pelo Ministério Público Federal ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Empresas como Vivo, Claro e TIM estão reformulando seus planos, abandonando a estratégia do Zero Rating. A Vivo, por exemplo, começou a cobrar diariamente pelo uso de aplicativos no plano Vivo Fácil e deixou de oferecer planos ilimitados para vários aplicativos, mantendo a gratuidade apenas para o WhatsApp em planos mais básicos.

A Claro também seguiu o mesmo caminho, deixando de oferecer o plano Claro Flex com acessos gratuitos aos aplicativos, e incluindo uma franquia extra para redes e vídeos. Já a TIM anunciou que os preços nos planos pós-pagos e planos de dados com Zero Rating serão eliminados.

Segundo o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, o fim do Zero Rating está relacionado a questões comerciais, não regulatórias. As operadoras alegam que as gigantes da tecnologia utilizam intensamente suas redes e infraestrutura sem compensação, o que levou a cobranças por parte das empresas de telecomunicações.

Além disso, antes da Mobile World Congress 2024, empresas de telecomunicações de diversos países publicaram uma carta aberta solicitando que empresas de tecnologia como Google, Meta e Netflix ajudem a pagar os custos de manutenção e expansão da infraestrutura de internet em todo o mundo.

Essa mudança representa uma nova realidade no mercado de telecomunicações, com as operadoras buscando equilibrar os custos e garantir um ambiente mais justo para todos os envolvidos. A questão da neutralidade da rede e a relação entre as operadoras e as gigantes da tecnologia continuam sendo temas importantes e em constante evolução.